RAY OF LIGHT ALBUM LITHOGRAPH LIMITED NUMERADO 1/1000
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RAY OF LIGHT ALBUM LITHOGRAPH LIMITED NUMERADO 1/1000
RAY OF LIGHT ALBUM LITHOGRAPH LIMITED NUMERADO 1/1000
De: R$ 2.300,00
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R$ 671,59R$ 2.014,77
R$ 511,05R$ 2.044,20
R$ 414,77R$ 2.073,85
R$ 350,61R$ 2.103,66
R$ 304,84R$ 2.133,88
R$ 270,56R$ 2.164,48
R$ 243,92R$ 2.195,28
10×R$ 222,62R$ 2.226,20
11×R$ 205,23R$ 2.257,53
12×R$ 190,76R$ 2.289,12
13×R$ 178,54R$ 2.321,02
14×R$ 168,08R$ 2.353,12
15×R$ 159,04R$ 2.385,60
16×R$ 151,15R$ 2.418,40
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R$ 663,61R$ 1.990,83
R$ 509,06R$ 2.036,24
R$ 414,77R$ 2.073,85
R$ 350,61R$ 2.103,66
R$ 304,84R$ 2.133,88
R$ 270,56R$ 2.164,48
R$ 243,92R$ 2.195,28
10×R$ 222,62R$ 2.226,20
11×R$ 205,23R$ 2.257,53
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A amadurecida spiritual girl mostrou sua excelência incontestável numa sonoridade experimental que emanava da parceria com o mestre dos soundscapes eletrônicos, William Orbit, além de cravar a elegância de gueixas e samurais de quimonos hi-tech na galeria eterna de personagens seus que povoam o imaginário pop. Evocando as forças da natureza e levando à risca os ensinamentos milenares dos profetas, M dissipou seus fantasmas na harmonia de ambientes sônicos e se voltou para o essencial, para a singeleza do sentimento, para a família. "ROL" é, enfim, uma mensagem de paz.

Para construir suas peças, M contou com um amplo conjunto de técnicas espaciais, que vão do controle dos sensos de tempo e de espaço com sonoridades atmosféricas à distorção digital que metaliza a voz do nosso mito, como um sinal desvirtuado no cosmo. Tudo isso se juntou a belas metáforas, puras – como o amor que voa como um pássaro no céu ("Frozen") – ou com um quê de malícia – como o veneno mágico do perfume adocicado ("Candy perfume girl"). "ROL" vai à Cabala à busca da paz de espírito e do autoconhecimento, uma viagem tão profunda que às vezes não faz sentido numa língua que não seja a original do Oriente ("Shanti/Ashtangi").

As 13 obras etéreas e sublimes buscam um novo entendimento do universo, uma relação mais absoluta entre o material e o espiritual, o céu e o paraíso ("Sky fits heaven", com vantagem a melhor faixa do álbum). Assim, surgiram palavras de fé para abrir um novo sentido, uma outra lógica que nos purificasse das restrições que impomos a nós mesmos e assim mergulharmos no máximo do amor. M ampliou a abordagem de uma crítica sociopolítica presente nos álbuns anteriores para uma sondagem mais consistente da alma humana, uma busca da nossa verdadeira identidade, uma aceitação dos nossos desejos e um exorcismo das nossas culpas.

Enfim, com "ROL", pudemos conhecer mais de nós mesmos, um exercício difícil que M executa com maestria em relação à sua própria vida, como na análise da degradação sentimental promovida pela fama ("Drowned world / Substitute for love"); da importância menor dos bens materiais ("Nothing really matters"); do desejo reprimido ("To have and not to hold"); do amor que é salvação ("Skin"), mas também é deixar seguir ("The power of goodbye") e da descoberta da alegria absoluta com a maternidade ("Little star"). O álbum não deixa de lado a crítica à esquizofrenia e à efemeridade da vida pós-moderna que nos aliena de nossos prazeres ("Ray of light") e nos torna seres embrutecidos ("Swim"). E o desejo que nos possui de correr de uma vida que não nos pertence, mas a que nós pertencemos ("Mer girl"). Enfim, "ROL" sintetiza o desejo de libertação em relação à angústia de se viver num mundo de certezas voláteis.

Porém, tão lindo quanto o material que entrou no álbum foi o deixado de fora. O lirismo eletrônico de "Like a flower" – com uma sintaxe muito parecida à de "King of pain" – é a lágrima que poderia ter consolidado a vertente mais introspectiva e triste do álbum numa dialética permanente com "The power of goodbye", cujo conteúdo é bem parecido com a excluída – porém mais rápida – "Gone gone gone". As propostas distintas de "Flower" e "Goodbye" – um amor que fica e um amor que segue – poderiam pintar o retrato de uma alma atormentada, mas, no álbum da paz, não havia espaço para o conflito. M queria estabilidade. Talvez, por essa mesma razão, a corrosiva – porém linda – "Revenge" tenha sido deixada de lado. Mas pena mesmo foi a belíssima "No substitute for love" ter sido deixada de lado por "Drowned world / Substitute for love", que, apesar das pequenas alterações na letra que lhe deram maior realismo, perdeu o tom lírico da canção excluída (uma melodia infinitamente melhor que a de "Drowned world").